detido no Cotel, no Recife. (Foto: Reprodução/ TV Globo)
Recife. O alvará de soltura foi concedido pelo juiz da 5ª Vara Criminal, Diógenes Barreto.
Apesar de o crime ter ocorrido em Pernambuco, o processo corre na Justiça sergipana porque o suspeito de matar o promotor já respondia a outra ação por homicídio qualificado naquele estado. Na época do assassinato de Thiago Faria, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a prisão preventiva de Edmacy Ubirajara alegando que ele tinha voltado a praticar outro delito de natureza grave em Pernambuco.
No entanto, após os advogados do suspeito terem pedido a liberdade provisória, o MPPE fez nova análise e informou ao magistrado “que não mais subsistem os requisitos para segregação cautelar do indigitado posto que não houve até o momento deflagração de ação penal em desfavor do acusado perante a Justiça pernambucana”.
O Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE) concedeu, nesta segunda-feira (16), liberdade provisória a Edmacy Cruz Ubirajara, suspeito de matar o promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 36 anos, no dia 14 de outubro, no Agreste de Pernambuco. Edmacy foi preso dois dias após o crime e desde então está no Centro de Triagem (Cotel) de Abreu e Lima, Grande
"Ele foi detido porque estava em liberdade provisória, já que era acusado de outro crime [homicídio qualificado]. A partir da notícia desse novo crime [assassinato do promotor], o Ministério Público pediu a preventiva. Nós apelamos e um promotor de Sergipe, que analisou o caso, ligou para os promotores daqui [de Pernambuco] e viu que não havia mais razão para mantê-lo preso", explicou o advogado José Leandro Barbosa, que defende Edmacy.
O alvará de soltura foi encaminhado para o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE) através de carta precatória. Até o fim da tarde desta segunda, a administração do Centro de Triagem informou que ainda não havia recebido a decisão. A assessoria de imprensa do TJPE não conseguiu contato com as comarcas de Itaíba e Águas Belas para verificar se a carta precatória havia chegado ao estado.
Em nota enviada ao G1, a Secretaria de Defesa Social informou que não foi comunicada e destacou que "o alvará é endereçado diretamente ao sistema prisional. E o procedimento do sistema prisional é cumprir o alvará se por outra razão o réu não estiver preso".
Entenda o caso
O promotor Thiago Faria foi assassinado com quatro tiros de arma calibre 12 e morreu dentro do carro que dirigia. Ele seguia para a cidade de Itaíba, Agreste pernambucano, pela rodovia PE-300. Thiago era noivo da advogada Mysheva Martins. Ela e o tio estavam no veículo conduzido pelo promotor, mas escaparam sem nenhum ferimento.
A principal linha de investigação aponta para uma discórdia sobre a posse da Fazenda Nova, que fica em Águas Belas, também no Agreste, arrematada em um leilão pela noiva da vítima. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o posseiro das terras, teve de deixar o local depois de uma ação judicial. Por causa de uma dívida trabalhista na Justiça Federal, Mysheva Martins conseguiu comprar a sede da fazenda. Nesse processo, ela teria recebido ajuda do noivo, o promotor Thiago Faria. Na desapropriação, ele esteve na fazenda com um oficial de Justiça. Irritado com o caso, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, segundo a polícia, teria encomendado a execução do promotor. Até o momento, José Maria encontra-se foragido.
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